COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DO AMBIENTE

MEMÓRIAS DO PORTO DE SETÚBAL

 

Em resultado de uma produtiva parceria entre o Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) e a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) comemorou-se em Setúbal o Dia Mundial do Ambiente, na última quarta-feira, dia 5 de Junho. O tema geral da Conferência foi a vocação portuária do Baixo Sado. A sessão de abertura esteve a cargo do Engº Ernesto Carneiro em representação da APSS, da Prof.ª Doutora Joaquina Soares, Directora do MAEDS e do Dr. Joaquim Gonçalves, Presidente da Assembleia Distrital de Setúbal, que aqui representava o Poder Local do Distrito. Neste bloco de intervenções sobre política cultural marítima e desenvolvimento regional foi salientada a necessidade de incentivar a nossa cultura conotada com o mar, enquanto vantagem comparativa e elemento identitário do “ser português”.

 

A história de Setúbal enraíza-se na vocação portuária do amplo estuário do Sado, a mesma que a Conferência procurou desvendar na revisitação dos mais antigos estabelecimentos portuários aí fundados durante o período fenício, no século VII antes de Cristo. A análise da sua génese bem adaptada à geografia local e bem integrada na malha de redes comerciais de longa distância, de acordo com o sistema-mundi da 1ª Idade do Ferro, foi a temática desenvolvida pelo arqueólogo Prof. Carlos Tavares da Silva, ancorado nas evidências arqueológicas da feitoria fenícia de Abul, e nos portos sidéricos de Setúbal e Alcácer do Sal.

 

A segunda conferencista da tarde, a Doutora Inês Vaz Pinto, realizou uma abordagem de arqueologia económica sobre os fluxos comerciais atlântico-mediterrâneos no porto romano da baía de Setúbal, a partir do polo urbano-industrial de salgas e molhos de peixe localizado na margem esquerda da baía, em Tróia.

 

Coube ao Dr. Paulo Alexandre Monteiro ilustrar o dinamismo portuário de Setúbal em períodos históricos, a partir de informação disponibilizada pela arqueologia subaquática que tem vindo a ser reunida através de projecto apoiado pela Câmara Municipal de Grândola.

 

Houve ainda oportunidade para mostrar, de certa forma em estreia, um diaporama cedido pela LASA, da autoria de Manuel Gardete e de Albino Mendonça, sobre as duas principais festas religiosas da população piscatória de Setúbal, que dirigindo-se embora a distintos santuários, fazem do Sado o seu principal percurso.

 

Uma interessada e numerosa assistência de cerca de 150 participantes deu corpo à iniciativa, mostrando que Setúbal possui públicos para os temas que interessam de facto à cultura e ao desenvolvimento regional.

 

A encerrar a Conferência, Joaquina Soares e Victor Caldeirinha, Presidente do Conselho de Administração da APSS, reafirmaram o propósito comum de prosseguirem a colaboração em iniciativas pertinentes para a dinamização da investigação e das boas práticas no âmbito da promoção da cultura marítima regional.

 

Fotos de Alex Gandum.

1

Engº Ernesto Carneiro no uso da palavra.

 

2

Dr Joaquim Gonçalves no uso da palavra.

 

3

Profª Doutora Joaquina Soares no uso da palavra.

 

4

Prof. Carlos Tavares da Silva. Apresentação da Feitoria Fenícia de Abul.

 

5

Doutora Inês Vaz Pinto. Apresentação da Tróia Romana.

 

5

Doutora Inês Vaz Pinto. Apresentação da Tróia Romana.

 

6

Dr Paulo Alexandre Monteiro. Apresentação da Arqueologia Subaquática do Sado.

 

7

Dr. Víctor Caldeirinha no encerramento da conferência.